| Sites de relacionamento na internet comportam pessoas de culturas, etnias, gêneros, profissões, idades mais diversas. Em meio a tanta diversidade, como descobrir um código comum, que permita ultrapassar os obstáculos e estabelecer laços mais estreitos? Para especialista em netiqueta, conhecer as normas que vigoram na rede é indispensável. Mas, como essas regras não são lá tá rígidas assim, melhor não prender-se demais a elas.
Ser elegante na internet, para a psicanalista Dorli Kamkhazi, especialista em etiqueta, é arriscar o novo e fantasia, mas com o cuidado de não se machucar, nem ferir o outro. Afinal, sea permissão do anonimato nos sites de relacionamento abre as portas do lúdico e da liberdade, por outro lado, ela também implica em questionamentos sobre o que há de verdadeiro e de contraditório. Portanto, cuidado na hora de disparar um email ou de engatar uma conversa nas salas de bate-papo, não faz mal a ninguém.
"Além da desconfiança com relação ao outro, existe o risco de fantasiar e engatar na loucura e na perdição de fingir para si mesmo ser algo que não se alcança", diz Dorli. "E, quando o desejo que nos move para a internet é conhecer pessoas novas, perder-se em mentiras sobre si mesmo é muito frustrante", diz Dorli.
Para Dorli, é preciso assumir as próprias dúvidas e contradições, nem que seja para si próprio. "Não ter medo de admitir quando não sabe. Ser cúmplice de si mesmo. Só dessa forma é possível confiar na boa intenção do outro", diz.
Muitas vezes, as pessoas ainda estão se familiarizando com as novas ferramentas e não sabem, por exemplo, que é possível apagar o e-mail do remetente e dos destinatários antes de encaminhar a mensagem para outra pessoa. Dorli recomenda naturalidade ao perguntar e responder. "É normal ter dúvidas", diz ela. Nas novas regras de netiqueta, "chique" é a pessoa que compreende as dificuldades e, na medida do possível, ajuda a esclarecê-las. "Dá a chance a nós e ao outro de tentar melhorar a cada dia", ressalta.
Mas, vale reconhecer que, como na vida real, a internet também abriga mal-intencionados. "O ideal é seguir a própria intuição, se resguardar e fugir dos engraçadinhos, que não têm a mesma educação e querem se divertir às custas do humor dos outros", opina a psicanalista.
"O principal fundamento que rege as normas de netiqueta corresponde às regras da vida real", conclui. É a aceitação que, em todos os relacionamentos, da vida profissional ou íntima, o ser humano busca afeto e reconhecimento. "Entende-se que todos querem ser importantes para alguém. E que, para isso, precisam estar abertos ao relacionamento, mesmo correndo o risco de rejeição. Precisam investir e arriscar, sem fechar os olhos para as nuances e imprevistos da realidade. Dessa forma, as chances de encontrar alguém com as mesmas intenções aumentam", diz Dorli.
Investir na afetividade não significa divulgar o nome verdadeiro ou o e-mail pessoal no primeiro contato, quando o site reserva o direito de privacidade aos usuários. Mas respeitar as regras de cada página e a necessidade de privacidade dos internautas. Ou seja, "estar atento não apenas aos próprios interesses mas aos dos outros também", diz a psicanalista.
Os manuais de netiqueta visam resguardar os internautas da invasão ou exposição de privacidade. As principais recomendações relacionam-se a agir com naturalidade, o mais próximo possível da vida real.
| |
Nenhum comentário:
Postar um comentário