Da CartaCapital,
por Felipe Marra Mendonça
Uma das principais e mais esquecidas tragédias da invasão do Iraque em 2003 foi o saque indiscriminado ao museu nacional do país, sede de um acervo rico em artefatos que contam mais de 5 mil anos de história da Mesopotâmia. Cerca de 15 mil itens de um total de 170 mil foram roubados nos dias entre a queda do governo de Saddam Hussein e o estabelecimento completo das forças de ocupação americanas e britânicas. Cerca de 6 mil dos objetos roubados foram devolvidos ao museu, depois de uma série de operações internacionais, mas o lugar em si nunca foi reaberto ao público, ao menos não por completo.
O museu voltou a funcionar por poucas horas, em julho de 2003, para que os americanos pudessem mostrar à imprensa que as coisas voltavam ao normal no país – apenas para ser fechado na sequência. Depois, em dezembro de 2008, uma nova investida de relações públicas do governo iraquiano fez o museu ser reaberto, para que o primeiro-ministro Nuri al-Maliki pudesse posar para as câmeras em frente a alguns dos artefatos devolvidos à instituição. Em seguida, novo fechamento. O museu, agora, permanece aberto desde fevereiro e a diretora que protestou contra a medida, ao alegar que as condições de segurança presentes punham novamente em risco o acervo, foi prontamente demitida. Mesmo assim, apenas oito das 26 galerias da instituição podem ser visitadas.
Existia claramente um problema de acesso à coleção do museu, que, como qualquer outro, estimula a curiosidade e o interesse de quem o visita ao providenciar uma oportunidade direta de aprendizado a partir dos objetos que coloca em mostra. É isso o que o Google pretende fazer ao criar uma cópia virtual do acervo do museu nacional e mostrar todo ele na internet no começo do próximo ano.
Algo bem apontado pelo New York Times foi o fato de que parte da coleção já está disponível ao público no endereço do Museu Virtual do Iraque (http://www.virtualmuseumiraq.cnr.it/prehome.htm), criado pelo Centro Nacional de Pesquisas italiano e custeado pelo Ministério das Relações Exteriores do país europeu. Uma diretora do Museu Nacional disse ao Times que os italianos não fizeram o que as autoridades iraquianas pediram e "o site não é suficiente", mas que esperava ter mais controle sobre o processo iniciado pelo Google.
O site criado pelos técnicos italianos buscou fazer uma seleção criteriosa entre os destaques do acervo, para que o usuário tivesse uma amostra da riqueza do museu. O esforço do Google, segundo fontes americanas, é fazer com que todos que visitem o site possam percorrer o museu por inteiro, virtualmente, como se estivessem em Bagdá. Na falta de melhores opções de segurança, é uma boa ideia.
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